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As transformações da moda ao longo dos anos

Desde o começo da vida humana, as populações usavam peles de animais para se protegerem do clima, que foram se tornando sinônimo de poder e status. Contudo, foi só no século XV, no início do Renascimento Europeu, que a história da moda ganhou força. Ela passou a ter um caráter com maior foco no indivíduo, com o objetivo de diferenciar o que, antes, era igual, porque, nesta época, se usava um estilo de roupa durante toda a vida.

 

A partir da Idade Média, começou a existir um padrão de vestimenta que seguia as classes sociais. Na história da moda antiga, o jeito de se vestir determinava a classe que você pertencia, existindo, inclusive, leis que restringiam certas cores e tecidos somente aos nobres.

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Dentro destas condições, as vestimentas passaram a ser produzidas artesanalmente, com fibras naturais e em cores cruas, tornando-se raras e exclusivas, apesar de extremamente básicas. As roupas eram confeccionadas em casa, evoluindo de comprimento até a altura dos joelhos, bordadas nas pontas e amarradas por cintos.

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No século XVIII, com a Revolução Industrial, os tecidos passaram a custar menos. Com a invenção da máquina de costura, o custo caiu ainda mais, possibilitando que as roupas fossem

feitas com maior facilidade. Com isso, elas passaram a ser mais acessíveis, podendo ser compradas até pelos menos afortunados.

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Neste período, a Inglaterra passou a dominar o mercado de algodão e industrializar outros materiais, como a seda. A produção em massa começou neste período, e isso mudou a história da moda para sempre.

O que marcou a história da moda?

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Foto: Magazine ESCS

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Começo do século XX

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Nesta época, vemos uma simplificação nas vestimentas. Tudo passou a ser menos rígido, adornado e colorido, sendo que a funcionalidade virou um ponto importante.

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Acessórios como fraques longos, cartolas e chapéus-coco, entraram em desuso. Aqueles chapéus femininos superchamativos praticamente desapareceram, passando a ser usados apenas em ocasiões de gala da corte inglesa.

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O corpo passou a ficar mais à mostra. As saias e os vestidos viraram itens superfemininos e passaram a fazer parte do guarda-roupa das mulheres. A moda deu ainda mais foco para a liberdade individual, podendo ser baseada em gostos pessoais. A partir de então, ela foi reconhecida como algo de caráter social.

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A moda nos anos 1920

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Nessa época, a moda já estava livre dos espartilhos do século XIX. As saias já mostram mais as pernas e o colo. A maquiagem era forte nos olhos, as sobrancelhas eram tiradas e o risco pintado a lápis. A tendência era ter a pele bem branca. A silhueta dos anos 1920 era tubular, os vestidos eram mais curtos, leves e elegantes, com braços e costas à mostra. O tecido predominante era a seda.

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Décadas de 60 e 70

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A história da moda anos 60 traz as jaquetas de couro, as botas e o jeans como parte do dresscode. O rock’n’roll ganhou força neste período, com nomes como os Beatles e a Janis Joplin sendo destaque, influenciando a forma como as pessoas se vestiam.

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A amada minissaia foi criada por Mary Quant, e a hotpant se popularizou. No final da década, as cores vivas e as estampas ganharam força. Calça boca de sino, pantalonas e cintura alta são algumas das tendências da época.

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Início do século XXI

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No início do século XXI, a moda parece marcada por duas máximas: "nada se cria, tudo se copia" e "a moda vai e vem".

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Dentro do paradigma estético adotado, vem crescendo a tendência à customização e à reciclagem de materiais, buscando o desenvolvimento sustentável, também no campo da moda.

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Para não dizer que não há novidades, existem ainda vários movimentos da juventude, como a estética Clubber, o underground e a cultura hip hop, mas sempre ligados ao universo das baladas e casas noturnas. Neste contexto, acentuou-se muito a difusão da tatuagem e do piercing.

O papel feminino na construção da moda

Coco Chanel

 

Chanel foi uma pessoa muito importante na história da moda, causando transformações nos estilos e modo de vestir no século XX. A estilista revolucionou verdadeiramente ao quebrar o padrão das mulheres, que usavam peças que as machucavam, como os espartilhos.

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Aos 18 anos, ela vai para Moulins, uma pensão para moças, trabalhar como empregada doméstica e como cantora em um cabaré. Por volta de 1907, Chanel faz suas primeiras aparições no La Rotonde, um café-concerto, frequentado por oficiais de um regimento de cavalaria estacionado em Moulins.

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Em 1908, com ajuda de Balsan, um nobre que frequentava o cabaré, começou a vender chapéus em um apartamento emprestado. Nos anos 1920, ela começa a ter maior reconhecimento. É nessa década que ela cria seus famosos vestidos pretos, estendendo a cor, antes reservada aos momentos de luto, para todas as ocasiões. Com o jérsei, seu tecido predileto, trouxe a sua criação máxima: o trailleur, em várias versões.

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Até hoje, Chanel é conhecida por libertar a moda feminina das faixas e cintas, dos corpetes apertados, das saias amplas de múltiplos babados e franzidos do fim do século 19 e começo do século 20.

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Ela passou a incrementar roupas do vestuário masculino, como as calças femininas, em suas produções, sendo pioneira na área. Suas roupas passaram a vestir as grandes atrizes de Hollywood, e seu estilo ditava moda em todo o mundo.

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Foto: Divulgação

Padronização e representatividade: os lados opostos da moda

A indústria da moda sempre foi muito seletiva, criando e reforçando padrões nas passarelas. O corpo magro, branco, sem marcas, cabelo liso, entre outros foi a marca registrada por muito tempo. Nos últimos anos, tem mudado o perfil dos modelos, ainda que seja predominante o padrão de décadas. Os corpos pretos, gordos, cabelos cacheados têm garantido presença. Já que se trata da representação de estilos, é necessária uma mostra da realidade, para que todos se sintam incluídos, inclusive transexuais.

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Em 2020 e 2021 teve representações da mulher negra e transexual nos outdoors com peças da Calvin Klein e este ano Jojo Toddynho, cantora negra e brasileira na capa da revista Glamour.

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Ainda assim, o ramo da moda é preconceituoso e seletivo, precisando de mais mudanças, como acessibilidade e oportunidade para a diversidade.

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A inclusão no mundo da moda vai muito além de representatividade, leva em consideração que dar autonomia a pessoas com deficiência é uma questão que envolve a manutenção da autoestima e da confiança. Tudo isso terá um reflexo muito positivo na vida dessas pessoas, que já encontram dificuldades em tarefas que são simples para os ditos normais.

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Quando se fala em uma moda que respeita as diferenças, é importante ter em mente que as pessoas são plurais e suas necessidades também. Uma moda inclusiva vai muito além de oferecer roupas iguais para todos os formatos de corpos, mas entender que a variedade é uma necessidade de um olhar singular, e não padronizado.

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Grandes marcas de roupas, cosméticos, maquiagens e acessórios já entenderam que os corpos são plurais e as necessidades também. A valorização do corpo e a história que ele conta, seja por meio de estrias ou cicatrizes, faz parte da trajetória de quem quer valorizar sua história, e não esconder. O padrão de beleza homogeneizado já fez mal a muita gente, que, para se enquadrar nos padrões de beleza, desenvolveram grave transtorno de ansiedade, em uma luta desleal contra a sua própria particularidade.

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A fase de cabelos lisos impecáveis abriu espaço para a era da transição capilar; a barriga negativa e a pele plastificada abriram espaço para o corpo real.

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Representatividade na SPFW

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Em junho de 2022, na São Paulo Fashion Week, uma das maiores semanas da moda do mundo, celebridades e estilistas mostraram alguns avanços possíveis em inovação, representatividade, como algumas provocações ao binarismo e a presença de modelos trans.

Foto: Divulgação

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Foto: Divulgação/ Assessoria

Os eventos nacionais e internacionais de moda

São Paulo Fashion Week

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A São Paulo Fashion Week (SPFW), é a maior semana de moda da América Latina, que aconteceu entre os dias 31 de maio e 4 de junho (1ª edição), cujo tema este ano foi IN-PACTOS, com o objetivo de chamar a atenção para questões relacionadas à sustentabilidade, criatividade, conhecimento, inovação, tecnologia, moda e arte.

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Nesta temporada, alguns desfiles aconteceram online, por meio de plataformas digitais, como o desfile das marcas: Wilson Ranieri, Aluf, Gloria Coelho e Handred. E também presencial, como o das marcas: Silvério Martins, Walério Araújo, João Pimenta, Lino Villaventura.

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As principais tendências confirmadas no desfile da SPFW foram a combinação de cores: vermelho + rosa. Sem dúvida, essa combinação de cores (vermelho e rosa) é uma das preferidas entre as mulheres. Ela caiu nos gostos e preferências dos fashionistas, invadiu o street style e está em alta desde as últimas temporadas. Vermelho e rosa estão na mesma produção. Além de transmitir uma mensagem de elegância e modernidade.

 

Por serem cores análogas, ou seja, cores adjacentes no círculo cromático, elas possuem um pigmento comum, então funcionam bem juntas. É a combinação perfeita para quem quer ousar usar mais cor em seus looks sem pintar demais.

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Já as estampas marcantes, é uma tendência que pode não agradar muito, principalmente mulheres que gostam do estilo mais discreto e elegante. Elas são muito usadas no outono e verão, e as cores quentes dão destaque nas paletas de cores, por exemplo, o laranja, que foi um grande destaque nos desfiles da semana de moda esse ano.

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Já para as mulheres com um estilo mais diferenciado o tecido de cetim é elegante e sofisticado. Esta é certamente uma das tendências que vão chamar a sua atenção. Algumas das marcas da passarela SPFW desta temporada estão optando pelo cetim, especialmente a marca Misci, com cortes minimalistas, chiques e bege, marrom, branco e off-white.

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Foto: Samuel Chaves/Brazil News 

Semana de Moda de Nova York

A Semana de Moda em Nova York voltou com tudo, o evento aconteceu no dia 8 de setembro de 2022.

O desfile de Tommy Hilfiger chamou muito a atenção, mas esse look em especial trouxe a ideia de que muita informação se junta para garantir resultados cheios de estilo. Aqui, misturamos estampas, gravatas, luvas e botas no mesmo tom bordô para um look harmonioso e com atitude.

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A Semana da Moda de Nova Iorque foi caracterizada por coleções que, através de silhuetas consideradas formais, reinventaram a nossa noção de clássico. Imbuindo a típica casualidade americana em peças consideradas tudo menos casuais, desde fatos a vestidos compridos, a formalidade é substituída por um espírito quase rebelde. Esta revolta é quase adolescente, inspirando-se fortemente numa estética preppy, adicionando rasgos ou paletas cromáticas inesperadas a blazers, camisas e malhas. Tal foi o caso de Coach, onde o designer Stuart Vevers reinterpretou o imaginário americano da marca através de casacos oversized. Semelhantemente, camisolas de malha cresceram em tamanho, e, por meio de manchas de cor colocadas de forma aleatória, receberam um makeover. 

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Semana de Moda de Milão

O evento de 23 a 27 de fevereiro atraiu luminares como Rihanna e Kim Kardashian, e houve até manifestações pedindo paz na Ucrânia. Os maiores nomes da moda italiana voltaram às passarelas de Milão para suas apostas pessoais no outono-inverno 2022/2023, evento aguardado em um setor enfraquecido após dois anos de pandemia. De 23 a 28 de fevereiro, os fashionistas passam por aqui para ver as últimas criações de marcas como Gucci, Fendi e Giorgio Armani.

 

A grife italiana apresentou uma collab com a Adidas, foram apostados nos looks uma pegada mais esportiva. A Gucci Já trouxe uma mistura de transparência , com uma combinação de jaqueta mais pesadas.

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Prada

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Apresentou vestidos transparentes e casacos adornados para os guarda-roupas. Os designers Miuccia Prada e Raf Simons descreveram a coleção como um olhar para “a história das mulheres” e incluíram na coleção coletes brancos usados com saias de dois tons, blazers sob medida com ombros largos, enquanto os casacos surgiram com decotes arredondados.

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Dolce & Gabbana

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A casa de moda ítala Dolce & Gabbana apresentou um guarda-roupa de inverno futurista para meninas na Semana de Moda de Milão. Os estilistas Domenico Dolce e Stefano Gabbana mostraram looks geralmente pretos que brincam com as formas. Modelo usando top transparente vestidos e leggings Casacos e moletons dobráveis e um blazer ou casaco com cuecas justos. Flashes de cores vivas apareceram em collants usados com fitas na perna ou no pescoço jaquetas de botão rosa, laranja e amarelo e casacos de pele xadrez ou rosa chiclete, complementados por chapéus e toninhas combinando.

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Versace

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Na Semana de Moda de Milão, a grife Versace resgatou as ombreiras características dos anos 1980, essenciais no estilo chamado Power dressing. A estética ganhou destaque e força com a maior inserção de mulheres no mercado de trabalho, com silhuetas angulares e elementos da alfaiataria masculina. Na versão proposta pela grife, o estilo ganha ares de uma feminilidade mais aflorada ao ser apresentado junto de corsets, que acentuam a cintura, e se torna mais descolado junto de puffer Jackets, trazendo um toque esportivo aos looks. Cores mais sóbrias também estão presentes na nova coleção.

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Fontes: Folha de S. Paulo, Wikipedia, Harpers bazaar UOL, Capricho.abril, Economic News Brasil e Vogue.

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Estrop/Getty Images

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